Observatório Nosotras/UCPel divulga dados sobre violência contra mulheres na Metade Sul do RS

O Observatório Nosotras, vinculado à Universidade Católica de Pelotas (UCPel), divulgou, nesta quinta-feira, dia 14, o II Boletim Técnico com os dados sobre a violência contra mulheres e meninas. O evento de lançamento do boletim foi nesta quinta-feira, dia 14, no Campus I da UCPel.

O documento reúne informações de todo o ano de 2024 e do primeiro semestre de 2025 em 22 municípios da Metade Sul, a partir de dados oficiais da Secretaria de Segurança Pública (SSP/RS). Os dados indicam que ocorreram, no período, mais de 2,2 mil casos de lesão corporal e 212 estupros, além de 12 feminicídios.

A professora Vini Rabassa, coordenadora do Observatório, reforça que o Nosotras e a UCPel são agentes de transformação: “O papel da universidade é muito importante, pois, para que possamos construir uma sociedade sem violência, precisamos da educação. A nossa instituição contribui com uma função essencial: a criação de uma cultura antimachista e antipatriarcal”, entende.

Na ocasião, também foi lançada a campanha 21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência Contra a Mulher, que será realizada em novembro.

Os dados

Os números mostram que, apenas em 2024, foram registrados na região 1.981 ameaças, 1.491 casos de lesão corporal, 164 estupros, 18 feminicídios tentados e 10 feminicídios consumados. No primeiro semestre de 2025, a tendência de violência se manteve alta, com 1.054 ameaças e 755 lesões corporais, além de 48 estupros, seis feminicídios tentados e dois consumados.

Apesar de representar apenas 7,5% da população do estado, a região concentrou, em 2024, 13,8% dos feminicídios consumados do Rio Grande do Sul. Pelotas e Rio Grande, os maiores municípios da área de abrangência, lideram as ocorrências. Os dados completos pode ser acessados no site.

A professora Christiane Russomano Freire, que integra o observatório e produziu o boletim, entende que há uma estagnação, em comparação com o Boletim apresentado no ano passado. “Mesmo com algumas ações governamentais, nós não conseguimos diminuir o índice de tentativas ou de crimes consumados contra as mulheres e meninas na nossa região”, complementou.

 

Redação: Lucas Pereira

Fotos: Bruno Böhm