O Programa de Pós-Graduação em Saúde e Comportamento da Universidade Católica de Pelotas (PPGSC/UCPel) realizou uma pesquisa com 927 jovens diagnosticados com Transtorno Bipolar Subliminar (TBS) e com Transtorno Bipolar (TB). O estudo avaliou resultados clínicos e comparou o grupo de jovens com outro, composto por pessoas sem transtornos – denominado grupo de controle.
O diagnóstico do transtorno bipolar é uma tarefa difícil na prática dos profissionais da área da saúde, especialmente quando se trata de jovens que possuem oscilações naturais nessa fase de vida. Pessoas com Transtorno Bipolar Subliminar são aquelas que já têm algum histórico hipomaníaco e não têm histórico depressivo. Já pessoas com Transtorno Bipolar são aquelas que têm histórico de mania (com ou sem depressão) ou histórico de hipomania (com depressão).
Alguns sintomas comuns para um histórico de hipomania são falar demais, problemas de concentração, agitação, fazer coisas sem pensar nas consequências, entre outros. Já sintomas comuns à depressão são sentimentos de tristeza, culpa, perda de interesse pelas coisas, entre outros.
O estudo do PPG da UCPel foi composto por 816 jovens integrantes do grupo controle, 89 com Transtorno Bipolar e 22 com Transtorno Bipolar Subliminar. Os jovens diagnosticados com Transtorno Bipolar Subliminar apresentaram menor risco de suicídio e maior abuso ou dependência de substância ilícita quando comparados ao grupo controle. Já os jovens com Transtorno Bipolar apresentaram maior risco de suicídio, transtornos de ansiedade, abuso ou dependência de substância ilícita e álcool em relação ao grupo controle.
A pesquisa concluiu que pessoas com Transtorno Bipolar Subliminar, mesmo que não apresente todo o critério para o diagnóstico de Transtorno Bipolar, ainda apresentam sinais de piora na evolução clínica quando comparados ao grupo controle. De acordo com o trabalho, é importante que se façam mais estudos sobre o Transtorno Bipolar Subliminar com ênfase nas estratégias de tratamento.