O Mestrado em Engenharia Eletrônica e Computação da Universidade Católica de Pelotas (MEEC/UCPel) aprovou artigo científico no periódico “Applied Radiation and Isotopes”, da editora europeia Elsevier. Trata-se de um estudo referente à modelagem computacional e ao design de um equipamento de raio X de baixa energia. A publicação deve ocorrer no site da revista durante o mês de novembro.
O artigo intitulado “Using Geant4 Monte Carlo toolkit to evaluate a low power X-ray tube generator configuration“ foi elaborado pelos professores do MEEC, Chiara das Dores do Nascimento e Everton Granemann Souza, em parceria com a Universidade de Gagliari e o Instituto Nacional de Física Nuclear, ambos na Itália. O intermédio foi a professora Gabriela Hoff, ex-pós-doutora nas instituições estrangeiras e atualmente pesquisadora do Hospital de Clínicas de Porto Alegre.
O equipamento proposto no estudo foca sua aplicação no campo da Medicina Veterinária, com o intuito de detectar patologias em animais tanto de pequeno e médio porte, como ratos e gatos, quanto de grande porte, como cavalos de raça. Segundo os pesquisadores, não há um protocolo de proteção radiológica bem estabelecido para animais.
A professora Chiara cita, como exemplo, um gato com um tumor no nariz. “Como não há um plano de proteção radiológica adequado, provavelmente receberá uma dose muito acima do necessário, podendo gerar futuras lesões neurológicas graves ou problemas de visão”. O estudo objetiva corrigir esse tipo de problema.
Mais resultados a caminho
O artigo marca o início de uma série de publicações relacionadas a equipamentos de raios X de baixa energia. “Estamos desenvolvendo um segundo trabalho que utiliza o feixe de raios X de baixa energia com o propósito de imagear objetos imersos no fundo de um tanque com água, para posterior reconstrução computacional. Essas aplicações podem ser determinantes dentro do campo da Geologia e da Indústria Petroleira”, explica Souza.
O professor ainda destaca que a parceria é estratégica para a UCPel, uma vez que pode gerar intercâmbio de alunos e unificar áreas interdisciplinares de tecnologia e saúde. “Esse tipo de projeto é tão interdisciplinar que serve para capacitar desde profissionais da Medicina Veterinária e da Radiologia quanto um engenheiro ou um cientista de computação que queira trabalhar com os aspectos puramente computacionais da pesquisa”, considera.
Redação: Max Cirne
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