Muitas vezes, a pesquisa científica encontra aplicabilidade direta na comunidade, inclusive com resultados durante e logo após a defesa do trabalho. É o caso de várias dissertações do Mestrado Profissional em Saúde do Ciclo Vital da Universidade Católica de Pelotas (MPSCV/UCPel), entre elas a da pesquisadora Adriana Brito dos Santos de Moraes, que desenvolveu protocolo para melhorar o serviço da prefeitura de Bagé referente às licenças de servidores para tratamento de saúde.
Adriana é psicóloga, professora da Urcamp e funcionária pública da prefeitura junto à Secretaria de Economia, Finanças e Recursos Humanos, no departamento de Segurança, Higiene e Medicina do Trabalho. Ingressou no mestrado no ano passado com a vontade de pesquisar sobre saúde ocupacional.
Durante a definição do tema, verificou a existência de uma taxa significativa de afastamentos de servidores por motivo de doença. “Foquei na licença prolongada, que, por ser de longo prazo, traz prejuízos tanto pessoais quanto institucionais. Resolvi, então, fazer uma pesquisa para ver o que estava acontecendo”, explica.
Com orientação da professora Mariana Bonati, Adriana conseguiu traçar o perfil dos servidores da prefeitura que usufruem da licença prolongada, incluindo as secretarias mais atingidas, os cargos, os períodos do ano, as doenças e a duração total. Quanto ao motivo do afastamento, encontrou duas situações: questões clínicas oriundas do próprio sujeito e questões relacionadas às condições do ambiente de trabalho.
O objetivo, segundo a pesquisadora, é identificar fragilidades e desenvolver ações preventivas, a fim de que o município invista na saúde dos servidores públicos e economize nos afastamentos. Algumas das sugestões incluem a compra de Equipamentos de Proteção Individual (EPI), realização de ginástica laboral e o desenvolvimento de ações ligadas à área de psicologia organizacional.
A defesa da dissertação ocorreu no mês de setembro e, logo em seguida, Adriana apresentou sua pesquisa para a equipe técnica da prefeitura, junto ao coordenador de RH e o secretário de Economia, Finanças e Recursos Humanos. “Podemos dizer que agora temos dados científicos para embasar as nossas futuras ações. Já estamos com ideias para serem implementadas”, adianta.
O primeiro passo foi melhorar as fichas clínicas, tornando-as mais completas. Pretende-se ainda atuar em saúde ocupacional de forma mais sólida e consistente. “Essas ações de intervenção farão a diferença. Estou feliz pela oportunidade de pensar esses dados de forma científica e obter um resultado, uma aplicabilidade para a comunidade de Bagé”, comenta Adriana.
Redação: Max Cirne
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