Duas pesquisas realizadas no Programa de Pós-Gaduação em Saúde e Comportamento da Universidade Católica de Pelotas (PPGSC/UCPel) obtiveram destaque no Congresso Mundial sobre Cérebro, Comportamento e Emoções. Os trabalhos figuraram entre os 50 melhores e terão seus resumos publicados no periódico Dementia & Neuropsychologia. (Clique na imagem acima e veja fotos das responsáveis pela apresentação no Congresso)
Um dos estudos, fruto da dissertação de mestrado de Letícia Dallmann, procurou compreender se fatores genéticos podem afetar a resposta terapêutica de pacientes com depressão maior. O resultado demonstrou que a reposta à psicoterapia, observada pela redução dos sintomas de depressão e ansiedade, depende de uma variante genética do gene CRHR1. Na pesquisa, foram avaliados 120 indivíduos diagnosticados com depressão maior e submetidos ao tratamento com psicoterapia breve. No evento, o trabalho foi apresentado pela acadêmica do curso de Farmácia Karoline Brizola Souza.
Na avaliação da coordenadora do PPGSC, professora Gabriele Ghisleni, os resultados do estudo são promissores, uma vez que isso possibilita o tratamento personalizado ao identificar pacientes que não apresentam eficácia à terapia. “A pesquisa vai ao encontro com estudos em farmacogenética, os quais promovem um tratamento farmacológico personalizado de acordo com características genéticas”, explica.
O outro estudo que obteve destaque foi parte da tese de doutorado de Elza Cristina Cunha sobre depressão em pacientes com hepatite C crônica. O estudo mostrou que pacientes com determinada mutação no gene da interleucina-28ß possuem um aumento nos sintomas da depressão como culpa, agitação e irritabilidade, também previamente associado com alterações no sono e apetite.
Conforme explica a docente, a identificação de que os sintomas da depressão podem ser exacerbados pela variante do gene é de grande relevância devido à alta prevalência de depressão em pacientes com hepatite C crônica ao longo do tratamento com Interferon se comparado com a população em geral. O estudo fornece uma ferramenta para melhor diagnosticar e acompanhar o tratamento destes pacientes. A estudante do curso de Medicina, Nathalia Xavier, foi a responsável pela apresentação do trabalho no Congresso.
Ambos os trabalhos foram orientados pela professora Gabriele. O evento ocorreu em Porto Alegre de 14 a 17 de junho, e reuniu em torno de 5 mil participantes entre neurocientistas, neuropsicólogos, psiquiatras e outros profissionais de áreas afins.
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