A partir do dia 1º de junho, o curso on-line “População em situação de rua: história, política e lutas por direitos” será oferecido para os agentes das áreas de segurança pública, saúde e assistência social, ou seja, profissionais que atuam diretamente com essa população. A atividade é desenvolvida pelo Grupo de Antropologia e Direitos Humanos (GANDH/PPGPSDH) e pelo projeto de extensão Pela Cultura dos Direitos, ambos pertencentes à Universidade Católica de Pelotas (UCPel).
“O curso volta-se aos agentes do Estado, justamente, para poderem desenvolver um olhar mais sensível, sendo impregnado pela lógica dos direitos humanos, e não pela lógica assistencialista”, comenta o professor Tiago Lemões, vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Políticas Sociais e Direitos Humanos (PPGPSDH).
Com 40 horas de duração, o curso ocorre na modalidade de Ensino a Distância (EAD) a partir de discussões em fóruns. O professor explica que, semanalmente, será apresentado um material didático como disparador de conversas na plataforma Moodle. Questões serão propostas por Lemões e demais bolsistas do GANDHI.
Cada semana é considerada um dos módulos do projeto, abordando diferentes temáticas, desde os direitos humanos garantidos por legislação, passando pelos recortes de gênero, raça e classe, até a história e as conquistas do movimento nacional da população em situação de rua.
O debate parte de uma discussão ampla e teórica para terminar com foco no âmbito local, através de pesquisas realizadas em Pelotas e região, inclusive durante o contexto de pandemia. Segundo o professor, o curso inclui os estudos mais atualizados sobre o tema, com destaque para os desenvolvidos pelo GANDH.
Ao concluir os quatro módulos, os participantes serão convidados a oferecer depoimento sobre as principais contribuições propiciadas pelo debate e se houve alguma transformação de olhar para a população em situação de rua, a qual trabalham em contato diariamente.
Amplo interesse
Nas primeiras três horas, cerca de 400 interessados de diversos estados brasileiros se candidataram ao curso. Porém, a quantidade de vagas é de apenas 50 alunos. Desta forma, as inscrições foram encerradas e será realizada uma seleção que deve privilegiar o público-alvo (agentes do Estado mediante comprovação) e, na sequência, moradores de Pelotas e região. Para Lemões, tamanha procura comprova uma demanda nacional por esta discussão, principalmente no setor público.
Redação: Max Cirne