Impulsionados em melhorar a qualidade de vida dos portadores de deficiência visual, pesquisadores do Mestrado em Engenharia Eletrônica e Computação (MEEC/UCPel) trabalham no desenvolvimento de um aplicativo voltado para facilitar o dia a dia do usuário. Através do Hélix, serviços como monitoramento de bateria do smartphone, botão de pânico, detector de trajetos, leitor de QR Code específico, por exemplo, estarão disponíveis através de poucos cliques.
A ideia de trabalhar com tecnologia assistiva nasceu devido duas circunstâncias: a primeira delas, baseada em dado divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostra que 18,6% da população possui deficiência visual, seja ela total ou parcial. A segunda, explica um dos idealizadores do Hélix e docente da UCPel, Adenauer Yamin, nasce do desejo de construir uma Universidade preparada para receber o deficiente visual.
De acordo com o docente, das inúmeras próteses desenvolvidas e utilizadas para cegos, como bengalas eletrônicas e dispositivos que vibram, – a melhor opção, demonstrada através de pesquisa – é o desenvolvimento de aplicativo para smartphone. “As técnicas de acessibilidade que os smartphones possuem estão fazendo com que os deficientes visuais usem a tecnologia cada vez mais”, comenta.
O Hélix é um aplicativo com duas interfaces, uma voltada para portadores de deficiência visual e outra usada por seus familiares ou cuidadores. A área acessada pelo portador da deficiência tem um comportamento específico para ele, foi criada com as particularidades necessárias requeridas pelo usuário.
No telefone do deficiente visual, o aplicativo é capaz de monitorar o nível de bateria do smartphone, detectar trajetos e ler QR Code específicos para os portadores da deficiência. Também oferece o serviço de ‘Botão de Alerta’, que pode ser acionado sempre que o usuário sentir necessidade de socorro.
A versão usada pelos cuidadores é formada por uma rede de pessoas escolhidas pelo deficiente visual – como pai, mãe, irmão, amigos. O sistema é capaz de armazenar o trajeto feito pelo usuário (se for autorizado) e de acionar as pessoas selecionadas em caso de desvio do caminho. Também alertará o cuidador em caso de ativação do ‘Botão de Alerta’.
O estudo ainda está em andamento, mas conforme os pesquisadores existe a intenção de torná-lo prático. Para isso, o grupo realiza reuniões frequentes com integrantes da Escola Louis Braille. O objetivo desses encontros é compreender as necessidades da comunidade de cegos para tentar supri-las já no desenvolvimento da plataforma.
Compõe o grupo de pesquisadores o professor Adenauer Yasmim, os mestrandos do MEEC/UCPel, Felipe Haertel e Cleiton Garcia, além dos acadêmicos do curso de Engenharia de Computação Lucas Ferreira e Rociele Prietsch, que são os bolsistas de graduação da pesquisa.
Redação: Rafaela Rosa
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