GITEP/UCPel apresenta Mapa da Violência da Zona Sul do estado

O Grupo Interdisciplinar de Trabalho e Estudos Criminais-Penitenciários (GITEP) da Universidade Católica de Pelotas (UCPel) lançou, nesta quarta-feira (29), o Mapa da Violência da Zona Sul do Rio Grande do Sul. O documento, apresentado durante o I Seminário Regional de Segurança Integrada, reúne de forma sistematizada os índices da criminalidade de 29 municípios.

O material, elaborado pelos pesquisadores do GITEP, Samuel Rivero e Rodrigo da Silva, disponibiliza dados através de 12 categorias. A proposta é dar visibilidade à situação da segurança pública na região e permitir comparações entre as realidades dos municípios. Conforme Silva, dessa forma é possível fazer um diagnóstico mais exato e qualificado das situações.

Através da sistematização aplicada no Mapa, determinadas situações podem ser observadas, como, por exemplo, os casos de São José do Norte e Capão do Leão, que apresentam taxas de homicídio e abigeato que fogem do padrão de municípios do mesmo porte. De acordo com o coordenador do GITEP, professor Luiz Antônio Chies, isso ocorre porque eles estão vinculados a cidades grandes, como Rio Grande e Pelotas, respectivamente.

A partir dessa percepção, o professor destaca a importância de pensar em políticas de segurança pública levando em consideração o aglomerado e não mais exclusivamente a situação individual. “É importante que as prefeituras compreendam que não adianta enfrentar o problema de forma isolada. As ações precisam ser conjuntas”, afirma. Segundo ele, essa leitura de cenário é possibilitada, principalmente, pela reunião, organização e disposição das informações no Mapa.

Entre as categorias sistematizadas constam homicídios (números absolutos e taxas por 100 mil), latrocínios, abigeatos, roubos, furtos de veículos, tráfico de entorpecentes e vítimas fatais de trânsito. Com exceção dos dados de trânsito, obtidos no site do DETRAN/RS, todos os demais foram coletados no banco de dados da Secretaria Estadual de Segurança Pública (SSP/RS). “Pesquisadores e gestores públicos conseguirão elaborar políticas assertivas, além de analisarem os fenômenos de forma mais clara”, afirma Chies.

A deficiência de dados e a qualidade das informações foram, segundo Rivero, as maiores dificuldades na concepção do material. Para ele, só é possível construir políticas efetivas, que gerem resultado, a partir da análise de dados. “Acredito que o Mapa e a visibilidade que ele dará para as informações fomentem novas pesquisas, expondo de uma maneira mais completa e detalhada a realidade da violência na nossa região”, completa o pesquisador.

Anualmente os dados serão atualizados. A primeira edição, disponível no site do GITEP, através do link, contém informações de 2015 a 2018. Conforme Chies, para 2020 está previsto, além da atualização, o acréscimo de mais algumas categorias. ”Esse é o primeiro de vários materiais que o grupo pretende elaborar”, afirma. Segundo ele, a ideia é dar continuidade e produzir outros materiais, mais temáticos, como o Mapa da Violência Contra a Mulher na Zona Sul, já em desenvolvimento.

 

Redação: Manuelle Motta

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